Ficha Técnica:

Nazca Dias - Diretora Criativa

Mozart Ceolin - Head de criação gráfica

Guilherme Higashizima - Direção de Styling e Casting

Tainara Wollmer -  Stylist e Produção

Roberth Augusto - Direção de arte e cenografia 

João Eugênio Pereira Brosco - Cenografia e arte

Vinicius Vilas Boas - Beauty

Duna Dias -  Coordenadora de desfile e luz

Isabella Corá - Assistente de Produção

Demytrius Meneghetti - Trilha Sonora

Júlia Stuani - Produção e Assistente de Cenografia

Otávio Bertolazzi Pelissari - Produção geral e apoio de casting

Calçados - Mizuno Sport Style

Acessórios - Nilme 

Audiovisual - Luiz Da Paz

Fotografia - Anthony Araújo

Designers convidados - Weslei Carlesso e Otávio Braga

Assistentes de Beauty:

Marília Staut

Sandra Braga

Pedro Hugo

Anderson Valente

Niara Mendes Correia 

Angelica Gomes 

Apoio:

Denim City

Eberle

Mizuno

Pettenati

Santista Jeanswear

Rovitex 

Define Design

Release:
As projeções que a vida traz para cada um de nós são claramente individuais, cada pessoa sente e vivencia tudo de uma forma diferente.

Análogas são nossas experiências com o tempo.

Falar sobre o tempo é encarar a realidade de forma dura e entender a finitude do ser e consequentemente de ser.

A progressão do tempo e suas facetas, como pode ser um aliado e um inimigo? Nos ensina e ao mesmo tempo também revela os nossos piores pesadelos.

A coleção APNEA traz consigo a beleza e a aflição da existência, encarando de forma fixa o tempo, como um personagem em um ambiente onde vocês estão à sós.

As minhas percepções da progressão do tempo e também minhas vivências recentes, que ao passar dos anos os episódios de paralisia do sono, apnéia e pânico noturno se tornaram cada vez mais fortes na minha vida.

Existem várias simbologias na coleção, as modelagens oversized são uma forma de retratar o início da nossa percepção de tempo quando somos crianças e queremos de todas as formas pertencer a um universo onde não nos cabe.

As silhuetas da coleção são uma junção do moderno e do antigo, trazendo consigo a contemporaneidade de modelagens e materiais junto a elementos da moda do período vitoriano.

Metais e tecidos pesados sobrepondo a delicadeza e transparência que traduz a realidade de forma dura e entender a finitude do ser e consequentemente de ser, da sua forma mais nítida.

Os véus são um elemento forte na coleção simbolizando o impedimento do entendimento da realidade e também traduz o luto, que de forma implacável nos atinge e está presente mesmo em momentos de plena felicidade, pois ele nunca se dissolve, ele permanece intacto e a vida vai acontecendo em torno disso.

Sobreposições indicam as camadas de sentimentos que se acumulam com o passar dos anos e os sentimentos que não temos capacidade emocional de lidar.

Essa coleção fala muito sobre inocência, trazendo consigo de forma lúdica uma criança que ainda existe, mas tem que encarar de frente a realidade dura de se tornar cada vez mais distante do início.

Se distanciar do tempo é de alguma forma adormecer a consciência, é paralisar de forma ilusória aquilo que de modo algum descansou.

Os papéis estão amarelados dentro de uma caixa que deixou de ser aberta, andamos pelas mesmas ruas com diferentes cores, o fio invisível que nos unia se perdeu em um amontoado de outras prioridades, semblantes cheios de sinais que antes não eram percebidos, as mesmas histórias contadas por outras pessoas parecem diferentes -será que não me lembro com nitidez da realidade ou com o tempo transformei essas memórias?

Essa coleção é uma clara homenagem também ao meu pai que faleceu há 9 meses e que lutou bravamente contra um câncer que foi descoberto em sua metástase, antes dele falecer tive a oportunidade de dizer que ele é uma grande inspiração para meu trabalho como designer, já que era artista de serigrafia e aerógrafo e introduziu desde sempre o universo da moda na minha vida.