Ficha Técnica:

NALIMO

Estilista: Dayana Molina

Direção Criativa: Dayana Molina

Direção de Produção: Warley Alves
Assistentes criativas: Gabrieli Lecoña, Sara Palza e Mila Toledo
Stylist: Vinny Araújo & Déa Mamel
Produção executiva Fashion Film: Gabriela Mendes

Produção: Cida de Souza e Luisa Gaspar
Beleza: Maxi Weber

Mixagem de Trilha Sonora: Rico Manzano

Visuais: Tatiane Gonzalez (Ateliê Digital Analógico)

Iluminação: Lu Maya

Direção de movimento: Manuel Victor

Fashion Film: Nia Mesmo
Apoio: Innovativ Têxtil,
Agradecimentos: Time NALIMO, Haus of Zion, Zion Filmes, Louise França, Jorge Du Peixe, Maria Casadevall, Limbert Alexander, Fred Nicácio, Viny Araujo, Déa Mamel, Nana Reis, + convidados especiais,

Release: 
Capibaribe - da cidade ao sertão

Essa coleção revela muitas das minhas emoções, dos meus processos pessoais e artísticos. Esta é uma carta sobre a terra do Maracatu. É de lá que vem uma parte de mim - e toda a minha família materna. 

Riqueza de texturas, alfaiatarias tropicais, artesanias e manualidades. Matéria prima natural como palha, aplicações, bordados. Têxtil como  malva, algodão e linho. Resgatei muitas técnicas e conhecimentos tradicionais passados por minha avó. O designer atemporal da NALIMO reflete o quanto nos conectamos com a ancestralidade, sustentabilidade e a valorização da moda nacional. Tudo isso somado a histórias que permeiam contextos culturais da cidade de Pernambuco. 

Tudo o que Pernambuco é me emociona, inspira e move, especialmente as técnicas populares e a cultura do artesanato. Como dizia o grande Chico Science: “Recife, cidade do mangue, onde a lama é a insurreição. A cidade tem um satélite na cabeça e a TV não tem olhos pra ver”. Mas Recife é só uma parte de tudo o que Pernambuco significa. A contracultura pernambucana é o meu combustível. O manguebeat é a minha magia. Meu orgulho nordestino está estampado na matéria prima, nas manualidades, nas construções afetivas, no apoio da minha comunidade e nas relações que vão muito além deste processo. 

Pernambuco tem muitas riquezas, belezas e talentos. Tem matéria prima que o Brasil nem imagina que é de lá e o quanto é abundante, como a palha que chega no sudeste e atravessa fronteiras (de Cabrobó para o mundo). Tem o movimento negro e indígena, do urbano até a mata verde sagrada. Tem dezenas de etnias, povos e aldeias no sertão do estado. Pernambuco tem também o rio Capibaribe, majestoso, gigante e ancestral, cortando tudo de ponta-a-ponta, da cidade ao sertão, revelando toda a nossa diversidade. 

Nesta coleção quero contar a alegria de pertencer à uma família vinda de Pernambuco em busca de melhores oportunidades no sudeste. Se no passado minha família não tinha escolha, hoje graças a elas eu tenho. Honrando este movimento matriarcal, tenho retornado frequentemente a Pernambuco, às minhas raízes, origem e comunidade. Retomar este território simbólico, é a forma mais legítima de construir tudo aquilo que a minha criança não pôde construir ali. Minha família saiu do sertão para a cidade. E hoje eu me desloca da cidade para retornar ao sertão. Quero contar ao mundo sobre meu amor por Pernambuco e todas suas belezas multicoloridas. 

Esse processo revela um recorte histórico do indígena nordestino e o nosso movimento em diáspora.  Na adolescência, fui ouvindo artistas e bandas como Chico Science e Cordel do Fogo Encantado. Essas expressões artísticas me conectavam ao movimento cultural pernambucano mesmo não vivendo lá. As canções e ritmos regionais explodiram os meus pensamentos. 

 À Recife, eu entrego o meu amor e toda a poesia que a minha moda produz. Pernambuco tem meu coração inteiro. Viva Chico Science, Jorge Du Peixe, Nação Zumbi, Cordel do Fogo Encantado e todos os artistas pernambucanos que emocionam o Brasil e o mundo. O nosso maracatu pesa uma tonelada!!!!